20 de fevereiro de 2011

fogo, circo e folhas.

Circo, palhaços e lona. Palhaço pegando fogo!... Aí já muda! Aí sou louco, em compulsão homicida, pois nada disso deve acontecer. Um homem tunisiano ateou fogo em si, e revoluções entorpecidas efervesceram. Se um palhaço toca fogo em si mesmo, o nariz cai... é  a mesma coisa, e todo Clown sabe disso.
Passei de ônibus numa rua ensombrecida por árvores, pus a mão para fora, consentindo-a largada ao vento. E de tantas folhas puxei uma, e ela arrancou-se, sem modos; mas a árvore, toda ela, ficou. Não tirei nada do lugar; incluí a mim. O circo custava sete, seria as sete, e havia sete motivos para não ir, sob pena de ter sete anos de azar.
O acrobático já tinha se apresentado num programa televisivo, e no mesmo canal do programa tinha passado a noticia do tunisiano. E a árvore, ficou comigo. E quando abro a janela, escondida atrás de um poste e uns fios, e umas placas, a vejo. Ela é verde de dia, e roxa à noite; cinza na chuva, e enferrujada ao sol. Em minhas mãos seu ex-pedacinho está secando, me vem uma comoção incancelável. Algo está voltando a sua seiva descendente, e por lá passei.



[Robson W.]

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