18 de abril de 2012

TOLOS E SONHOS


Trouxe-te estranhamente aos meus sonhos,
e deslumbrados fomos – sem remédio - o que queríamos.
Vi-te na realidade, e então sim:
avelhantados,
apenas fomos – sem conserto - o que somos.


Robson W.

9 de abril de 2012

Pistas e labirintos

Mutante, inconstante, às vezes irrecuperável. De tudo já vivi um pouco. Multidões me abraçaram “a La foule” e noites solitárias me comprimiram no mais intimo de mim mesmo. Fui de romances delirantes à fugas insonháveis, de viajens inesquecíveis e bebedeiras memoráveis. E talvez isso não seja lá coisa que se conte, mas também não é coisa que se leia. Vinte e seis, e de tudo, guardei a melhor parte, e desta parte me reconstitui e reinventei.
Os piores erros?! os que errei duplamente. Pecados dos quais me arrependo?! os que não conclui. As piores mágoas.. as que causei; as melhores.. aquelas que me fizeram crescer. Ainda sou filho, e irmão, e amigo, e serei amigo de quem não me conhece mas tem disposição para isso. Percebe?! 
Mas eu ainda não sei de nada, só sei que o melhor ainda está por vim.. meu livro, meu canto, meu desencanto. E percebo que o melhor está vindo, porque só sei cantar – baixinho e rouco - alguns trechos de músicas, e a outra parte normalmente não sei; e não só isso que faço pela metade, outras coisas também, entende?!.. há portanto um complemento, um sentido completo, um desejo, um sonho, sei lá que nome... pairando.
Queria ser só sexo, artes, e loucura, e queria também ser só gentileza, cálculos, e reflexão. Lua ao dia e sol de noite. E ter a atenção de um amor, e brincar disso e daquilo. E mostrar o que sei, e rir do que achava que sabia... e aprender, aquilo que descobriria através de qualquer outra pessoa.. mas não.. não há de ser assim.
Mas não só toda essa relação de pensamento, mas ação.. mais lábios, e falas, e: ”Você!... quanto tempo esperei pra olhar pra você e dizer: você!” vê que louco o que espero! que amor-ou-alguma-coisa-muito-boa!..  Olho para mim e ainda não sei bem o que mais gosto, ou menos gosto, mas sei exatamente o que gosto no meu amor, ou o que gostaria que tivesse quando me desse a mão. 
Ainda sou de um jeito e vivo de outro, sinto ser menos do que realmente sou aos olhos das outras pessoas. E como é bom alguém que chega e diz: eu te vejo, daqui de dentro de mim. Eu sei que isso não é coisa que se fale, mas insisto que também não é coisa que se leia. Nós formamos nossos castelos, mas temos que compreender que não devemos ser  “O castelo”. É deprimente ser em si o que te cerca e limita.
O bom é certamente se transformar, é.. se transformar, e ser como é, com quer ser... é certo que já bati asas, e já me recolhi... e sei que vou querer bater asas, e sei que também que vou querer me recolher centenas de outras vezes.
E um dia terei meu livro, meu canto e o complemento daquilo que não me esforço em saber, mas quererei saber um dia.

Robson W.