22 de março de 2011

Balada nossa - sobre cacos.


Você que não foi. Só não está aqui.
Tu
ausente,
de cigarros e prédios.
Gigantes brancos, sob capas e sonhos.
Meus tremulamentos.

Saímos cadentes em tantos espaços.
Você desatenção;  eu te olhando.

Imagino às vezes:
se eu mais demonstrasse?!
Quão interessante!
Se acaso dissesse:
"Olhava tua sombra."
Te olhava no banho,
somente apetecera.
Talvez te tivesse num sono intranqüilo
de serenidades; rabiscos de risos.
De redes à noite;
juras hesitativas.

Te escreveria.
Você já me encontrava.
Em lapso tocava
a alma da noite.
Sob raio da raiva você em espanto
me descobriria,
azuis de tristeza nos despidiríamos.
À cada esquina.
Nossos pontos marcados.


Gentil te relembro
Tua tatuagem.
Pequena, ousada.
Afrontadora de destinos.

É chegara a hora,
Fiel; esperada.
Resguardas meu sono.
Aquém, absorto,
de teus amicíssimos.
Por ti de repente
me cadenciava.

Suspiros quietos.
Mistérios, fatais.
E ainda nos resta
a balada noturna.
Por cima dos cacos.
Só quase intransponíveis.





[Robson W.]

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