11 de janeiro de 2011

Secretum



                                
Segredos. Acontecimentos que não divulgamos.
Gatos achatados na estrada que preferimos esquecer. Passamos tão velozes por eles, que quase continuam vivos.
Folhas que surgem numa sala fechada.
Fatalidade num balneário de carências.
É como guardar pra mim. E mais que dissimular de vós.
É a maior mostra de não querer algo, ou querê-lo muito. O oculto que desafiamos domesticar, e se torna intransplantável.
Aquilo que encobrimos e nos deglute pouco a pouco. É o que mais morre junto ao homem. Apodrece antes da carne. Agatanha nosso espectro.
Os mistérios que serpenteiam o pensamento.
É sentir numa marcação gotejante, que algo – espantoso - disso tudo é irrestritamente seu.
Psicanalista que respondemos, escravizado dentro de nossas estranhas; evacuado em nos mesmos.
“Sim, fiz; quis e pensei.”


É a incoerência universal existente entre não se conhecer e se conhecer excessivamente.
Confidências;
enigmas;
meditação em ondas eletromagnéticas.
Segredo. Embrulho para uma impecável maravilha intransponível ou descobrimento de uma abjeta gruta inabitada.
Segredo, desde o início, secretum.



[Robson W.]

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