9 de dezembro de 2010

Teus olhos como consolo





Seus olhos eram duas civilizações brilhantes;
E ainda são, já que permanecem inextintos e infalsificáveis na minha frente, como lagos.
Transpondo o tempo que gostaria de revelar.
Imoladores da matéria.
Interessado, para mim, adentrar era fácil; remover-me, admirável.
Lenteava toda minha novata mundividência.
Cristalizava-se, naquilo só. Imaculado nas próprias represálias; olhos, mais que vista; que presságios do que está à frente.
Olhos, mais que o mundo afora.
Um par de algum ente com trancas;
Quando pisco, ainda existem; infringindo o que noto, insistem.
Minha mundanidade amofinada rebentará, se destrancados; presumo. Me verei no obscurecido do que restar; Juvenecer por fim.
Apesar de tudo que não são eles, não terem capacidade de sê-los; tudo que não são eles, são, como consolo, menos perdidos.
Olhos teus, boa parte de tudo que querem encontrar.
Vãos teus, algo escavado e esquecido. Parte sua; só peça sua.
Somente olhos, destroços do que seria algo.
Olhos, onde deveriam haver cacos.
Além do que via, olhos; maiores do que sei.



[Robson W.]

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