25 de novembro de 2010

Indicações do saber amar



Quando te vi pela última vez pensei que não daria mais.
Não me encontrei na rua.
Não cambaleei meus passos, mas,
que rua era aquela?
Não senti descer nenhuma gota secando no chão,
mas, que rua era aquela?
Não me senti só, posto que nem me encontrei.
As arvores não tinham sombras. Ao menos, não as sentia.
Era tudo quente demais.
Não sei escutar a solidão.
Até a recebo em minha casa, mas não a abraço.
Não articulei nada.
Fiquei quieto, deixando o vento me atropelar.
Mas não o sentia.
Estava quente demais pra sentir qualquer coisa.
Que rua era aquela? E as tuas sombras? Teus galhos? Tuas folhas?

As costas não se voltam para nós, nós que olhamos para elas, e por isso, a vemos indo .
E sei que quando não se voltam é porque não querem voltar.


Mas eu estava ali, naquela rua.
Que rua?
Algo parou pra me olhar, desinteressante.
Eu sei que falavam de mim.
Alguns dizem coisas boas. Outros apenas preferem não se envolver.
A não ser com seus cristais.
Mas eu? Eu estava lá. Eu me vi de fora.
E só agora que fui me encontrar.
Eu não sei amar.
Nem me achava capaz de aprender.
Mas quando te vi pela ultima vez,
pensei que era tarde demais.


[Robson W.]





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