23 de novembro de 2010

Quereres



Quero tudo aquilo que me é privado,
Além deste aquilo.
Quero amor sem gorjeta.
O amigo mais estranho.
O sexo mais impossível.
A posição menos cômoda...
Sim, falar no palanque
a ousadia que é viver!
E os risos ao acordar...
sem prendê-los ou comedi-los..
no pé do ouvido, no pé da cama,
de novo,
eterno e explosivo..
Cansei de ser menino,
de ser adulto,
ser velho,
Quero ser um pouco mais criança.
Voltaria a ter medo de filmes de terror,
cair da bicicleta sorrindo,
E rir ...e rir pro infinito.
Quero ler o que me dão.
Quero ver as palavras...
Como saindo de um sonho.
Caindo... caindo...
E do amável mais venenoso...
extrair o meu combustível...
Quero meu sonho oculto de cabeceira.
O devaneio que devemos realizar.
E a risada de antigos parceiros.
Os gritos;
corridas;
estalidos.
A festa;
O lampejo do primeiro beijo.
A delícia do primeiro crime.
O encanto noturno de ser louco...
E... ah! bebedeiras de manhãs.
O dia chegando e o mundo indo.
E o suspiro,
na praia,
já rouco.



[Robson W.]



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