23 de novembro de 2010

Por desamor a mim


E se por dentro dessas águas não encontrar nenhuma mão?
Qual vazio existe, entre as escolhas que fiz pra que não sofressem por mim, e a minha própria felicidade?
O vazio da incerteza?!
Até quando poderei viver sem amor?
Esse ar que seguro para não cair de joelhos, que me asfixia dia a dia.
Sei que tenho me agüentado muito pra não chorar.
Também para que não explodisse; saindo de mim, um pedaço de palavra pedindo que reconsiderasse minha loucura.
Já alguém que me compreende minha insanidade, me perdoa, pedindo perdão, doe como a verdade de que realmente serei um pouco infeliz.
Pedindo-me perdão por ter me amado; por ser mais forte que eu; mais afortunado e corajoso por deixar de amar pra seguir a vida.
Queria que me odiasse, pra que não sentisse culpa e pena de mim mesmo.
Para que ao menos fosse um complicador de vida.
Queria ser um criminoso dentro de minhas próprias paixões.
Ser chamado: de safado, depravado e imoral.
Já tentei fingir que era, mas, me encontrei depois diante do espelho, que nem por bondade me escondeu quem sou. Um completo mentiroso.
Maldito espelho real.
Quero ser dilacerado pela flor que brotar no meio de uma sala desocupada.
Ferroado pelo instante inicial que arde da caótica existência.
Por desamor a mim, nunca me peça perdão, dói demais.



[Robson W.]


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